sRitalina
14 de janeiro de 2013
Soa como uma horrível estória de um
filme de terror: um psiquiatra norte-americano, internacionalmente famoso,
testa em seus pacientes, nos anos 60, diferentes remédios psicotrópicos com a
intenção de acalmar as crianças. Quando encontra a pílula adequada com a qual
consegue acalmá-las, ele levanta em nome da Organização Mundial da Saúde a
agitação das crianças como uma nova doença. Uma nova fonte de renda da rede
mundial da indústria médica e farmacêutica. Milhões de jovens em todo o mundo
tomam a ritalina há décadas, porque eles teriam a suposta TDAH (Transtorno do
Déficit de Atenção com Hiperatividade).
Como a indústria farmacêutica destrói
premeditadamente nossas crianças
A
doença chama-se TDAH. O gigante farmacêutico e outros faturaram bilhões nas
últimas décadas com o uso da ritalina. O citado neurologista norte-americano
leva o nome de Leon Eisenberg. Todavia a verdade sempre vem à tona, mesmo se às
vezes demore um pouco mais. Pouco antes de sua morte em 2009, o médico de 89
anos revelou o embuste: nunca ele havia imaginado que sua descoberta
tornar-se-ia tão popular, declarou ele em um artigo.“TDAH é um exemplo marcante
para uma doença fabricada!”
Uma doença fabricada. Isso também foi
comprovado por uma recente notícia da
semana passada: Diante do dramático aumento dos casos de diagnóstico de TDAH
(um aumento de cerca de 400 vezes entre 1989 e 2001), os pesquisadores são
agora unânimes: TDAH é estampada – precipitadamente – como espada de Dâmocles
para a vivacidade das crianças. Os meninos caem com mais frequência na
armadilha. Tudo deve estar em ordem para o cartel farmacêutico. Entrementes,
esta “doença fabricada” manifestou-se mundialmente como transtorno psíquico.
Uma injustiça, como cada vez mais vem à luz do dia: aquilo, que é conhecido
como TDAH ou TODA (síndrome de déficit de atenção) e supostamente condicionada
à herança genética, baseia-se, de fato, frequentemente em diversos motivos e tem
pouco a ver com um verdadeiro quadro de doença psíquica, como me explicou há alguns anos o antigo chefe da
psiquiatria para crianças e jovens da Uniklinik Eppendorf, o falecido Prof. Dr.
Peter Riedesser: frequentemente problemas familiares têm um papel importante,
que devem ser investigados, além disso, a maioria dos atingidos são garotos, o
que também está relacionado com o fato destes não raramente terem um
temperamento mais desenfreado do que as garotas. Mas em relação às meninas, a
maioria das afirmações tendem para o códex comportamental, assim como para as
instituições de acolhimento dos jovens, como também nas escolas. Basta os
garotos brincarem como selvagens para que eles mereçam rapidamente a atenção.
Na realidade, a TDAH é um problema dos incompreendidos jovens da atualidade. Um
exemplo:
Quando eu vi há alguns anos a mãe de um
garoto vizinho chorando, eu perguntei a ela o que estava acontecendo. Ela
respondeu que a instrutora do jardim da infância havia lhe participado que seu
filho tinha a TDAH, a assim chamada Síndrome de Zappelphilipp, e que a criança
teria que tomar o forte remédio Ritalina. Afinal, o garoto era hiperativo. Eu
fiquei pasma, pois, a meu ver, isso era inimaginável, o menino não tinha um
comportamento alterado, nem era hiperativo, mas sim deixava uma impressão
saudável de grande vivacidade. Como a instrutora do jardim de infância sabia
exatamente qual era o problema, eu perguntei à mulher, pois ela não era nem
psicóloga nem médica. A minha vizinha respondeu que a instrutora havia
participado em um curso noturno exatamente sobre este tema.
Felizmente
consegui telefonar imediatamente para o Prof. Riedesser e reportei-lhe o caso.
O médico chamou o garoto e o examinou minuciosamente. Diagnose: a criança era
completamente normal. O que eu não sabia até então: a
indústria farmacêutica formava há muito tempo educadores e professores de
jardim de infância e escolas,
a fim de que eles tivessem uma “visão exata” sobre crianças com grande
vivacidade, e cujos pais seriam informados sobre o perigoso diagnóstico e
fossem informados a respeito do adequado medicamento.
E aqui devemos saber: a ritalina não é
um comprimido qualquer, mas sim algo “barra pesada”: ela contém metilfenidato e
atua nos neurotransmissores cerebrais, exatamente onde a concentração e os
movimentos são controlados. E o que ainda é fatal: o efeito do metilfenidato
nas pessoas está longe de ser completamente pesquisado. Nada se sabe sobre suas
consequências nas próximas gerações; perigosas doenças como Parkinson devem
estar relacionadas, por exemplo, com o uso da ritalina. Os efeitos colaterais
do pequeno comprimido branco vão desde a falta de apetite e insônia, desde
estados de medo, tensão e pânico até crescimento reduzido. Além disso: ritalina
é um psicofármaco e faz parte do grupo dos anestésicos, assim como a cocaína e
a morfina. Todavia, como já dito, é receitado a crianças pequenas,
frequentemente por vários anos. Porém, a “doença” não é curada através da
ritalina: assim que a aplicação do medicamento é suspensa, os sintomas
reaparecem imediatamente.
A
ritalina é uma pílula contra uma doença inventada, contra uma doença, ser um
jovem “difícil”, lê-se no Deutscher Apotheker Zeitung (publicação dirigida às
farmácias – NT). E o inventor da TDAH, o várias vezes condecorado neurologista
norte-americano Eisenberg, declarou consternado no fim da vida: “A
pré-disposição genética para TDAH é completamente superestimada”. Ao contrário disso, os psiquiatras infantis
deveriam pesquisar com muito mais carinho os motivos psicossociais, que podem
levar a desvios de comportamento, declarou Eisenberg ao jornalista científico e
autor de livros, Jörg Blech, conhecido pela sua ampla crítica à indústria
farmacêutica e seu livro Die Krankheitserfinder (Os
inventores de doença – NT). Reconhecimento tardio, muito tarde, mais do que
tarde!
Arrependido,
Eisenberg afirmou antes de morrer onde poderiam ser encontradas as causas, e
elas deveriam ser examinadas com maior afinco ao invés de se lançar mão logo de
imediato do remédio: há disputas entre os pais, mãe e pai moram juntos, existem
problemas na família? Estas perguntas são importantes, mas elas tomam muito
tempo, citando Eisenberg, o qual, suspirando, acrescentaria: “Um remédio é indicado
rapidamente.”
“Nossos sistemas estão se tornando desagradáveis
aos jovens”, afirma também o professor para
pesquisa de abastecimento farmacêutico da Universidade de Bremen, Gerd Glaeske.
Jovens querem viver com mais riscos e experimentar. Mas lhes falta o necessário
espaço livre. Jovens tentam ultrapassar os limites, isso chama a atenção em
nosso sistema. “Quando
alguém diz que os jovens atrapalham, também devemos conversar sobre aqueles que
se sentem incomodados”, declarou o
professor.
O
FAZ escreveu a 12 de fevereiro de 2012 que o diagnóstico TDAH aumentará diante
da declaração do fracasso escolar e, mundo afora, apenas
a Novartis faturará 464 milhões de dólares com o comprimido, que torna o jovem “liso, sociável e quieto”. Há
20 anos, 34 quilos de metilfenidato foram prescritos pelos médicos – hoje são
1,8 toneladas. Em todo o mundo, cerca de dez milhões de crianças devem receber
a prescrição para tomar ritalina, na Alemanha devem ser cerca de 700.000.
A comissão ética da Suíça na área de
medicina humana, NEK, desferiu uma nota bastante crítica em novembro de 2011
diante o uso do medicamento ritalina usado contra TDAH: o comportamento da
criança é influenciado através da química, sem que seja necessário qualquer
esforço próprio.
Isso é uma agressão à liberdade e
personalidade da criança, pois compostos químicos causam certas mudanças
comportamentais, mas que as crianças não aprendem sob a ação de drogas
químicas, como poderiam mudar de hábito por si próprias. Com isso lhes é
subtraída uma importante experiência de aprendizado para atuação com
responsabilidade própria e respeito alheio, “a liberdade da criança é
sensivelmente reduzida e limita-se o desenvolvimento de sua personalidade”,
critica o NEK. Sobre as consequências para a saúde através da ingestão de
psicofármacos, nada é declarado.
Peter
Riedesser alerta: “Hiperatividade
não é necessariamente um sinal de perturbação profunda, como uma depressão, que
deve ser tratada com outra coisa diferente de ritalina”.
Eva Herman
A famosa apresentadora do “Jornal Nacional” alemão
despertou diante das (in)coerências do sistema
O
renomado cientista e professor para neurobiologia, Gerald Hüther, alerta há
muito tempo sobre o risco do uso de medicamentos ultra-potentes em crianças
pequenas, assim como sobre o pressuposto de que a TDAH tenha a ver com uma
verdadeira doença de origem biológica ou genética. Em uma entrevista, quando o
quadro clínico fora definido há décadas, o cientista afirmou que se desconhecia
como o cérebro infantil é moldável, como as estruturas cerebrais se formam a
partir das experiências feitas na infância. “Naquela época partia-se do pressuposto de
que só algum programa genético defeituoso é que podia levar às disfunções”, disse Hüther. “Esta concepção foi vantajosa em várias
situações. Ela não responsabilizou quem quer que seja e retirou um peso não
apenas dos pais, mas também dos educadores e professores. E isso se ajustou ao
viés reparatório daquela época: se algo não funcionava direito, bastava então
ingerir um comprimido.”
Os
pais atingidos não deveriam se sentir atingidos quando educadores ou
professores acreditam que seus filhos tenham TDAH. Eles devem ouvir
primeiramente com tranquilidade e conversar com outras pessoas que conheçam seu
filho e também gostem dele. “Talvez
algum deles tenha uma ideia como ele poderia ser ajudado em casa, na escola e
principalmente no convívio com os amigos.”
O
neurobiólogo foi um dos primeiros críticos da “doença” e dos medicamentos
relacionados a ela, e foi o estopim de uma picante discussão técnica há alguns
anos. Hüther foi um dos poucos cientistas que se colocou como advogado das
crianças: “Os
adultos devem decidir por si mesmo, se através da ajuda de psicoestimulantes
eles podem se ajustar melhor na absurda exigência de desempenho de nossa
sociedade atual. Mas as crianças ainda não podem decidir sobre isso, esta
decisão deve ser tomada pelos pais como adultos cientes de suas
responsabilidades.”Quase todo o restante do mundo
profissional se fechou em um decente silêncio sobre este gravíssimo tema.
O
descobridor da TDAH, o então neurologista norte-americano Leon Eisenberg, que
ocupou posteriormente a direção da psiquiatria do renomado Massachussets
General Hospital, em Boston, e se tornou um dos mais conhecidos neurologistas
do mundo, se engajou em 1967 juntamente com seu colega Mike Rutter em um
seminário da Organização Mundial de Saúde, com todos suas forças e contra a
imensa resistência dos profissionais psiquiatras, para que a suposta disfunção
cerebral figurasse no mundialmente difundido catálogo de disfunções psiquiatras
da WHO. Apesar do forte vento contrário – seja qual for a origem – ele
conseguiu ter “sucesso”. O psiquiatra lançou ao mundo um perigoso e maligno
espírito, o qual, à vista do experimentado lucro bilionário da indústria
farmacêutica, não vai desaparecer facilmente. Até hoje a suposta doença
psíquica tem seu lugar no Manual de Diagnósticos e Estatísticas, até hoje existem milhões de pais que acreditam
ter filhos doentes, e até hoje em dia circulam milhões de meninos e meninas que
acreditam ter um “tique grave”.
Tudo isso incomoda muito pouco a
indústria farmacêutica e, entrementes, apenas na Alemanha, seis empresas
oferecem o medicamento sob diversos nomes. Os polvos continuam a apanhar
tranquilamente seus bilhões, indiferentes a possíveis danos no corpo e na alma
das crianças, indiferentes também quanto à pressão sobre as jovens gerações,
que devem apenas funcionar, mesmo sobre o efeito de drogas, e indiferentes ao
mundo. Eles não precisam mais perguntar sobre as causa e motivos naturais, mas
apenas inventar, sem escrúpulo algum, moléstias artificiais para com isso
faturar p´ra valer. Bem vindo ao maravilhoso mundo novo!
Eva Herman
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